Williams mostra ambição: "O objetivo deve ser o título mundial"
- Tim Kraaij
A Williams deu um grande passo com a chegada de Pat Fry. O novo diretor técnico é o primeiro grande nome a chegar sob a liderança de James Vowles, e a mentalidade do vencedor está se espalhando: a Williams precisa voltar ao topo.
Por mais de três anos, Fry esteve à frente da Alpine como CTO (diretor técnico). Em sua empresa querida de infância, onde Fry iniciou sua carreira na F1 na era Benetton, ele esperava trilhar o caminho até o topo da categoria. Esse sonho não se realizou, de acordo com Fry, principalmente devido à falta de ambição da alta cúpula da Alpine. Na Williams, pelo contrário, essa ambição existe, e por isso Fry está mirando alto.
"O que me entusiasma nesta oportunidade é que a diretoria está totalmente de acordo com o que será necessário para levar este lugar adiante. Eles estão dispostos a investir no que for necessário para nos apoiar na formação de uma equipe. É muito bom reconstruir um antigo ícone britânico", disse Fry a um grupo seleto da mídia, incluindo o GPblog, em Abu Dhabi.
Nova direção na Williams
O fato de Fry estar alinhado com o chefe de equipe da Williams, James Vowles, fica claro na declaração a seguir: "Há quatro coisas que formam uma equipe. São as pessoas, são as ferramentas, são as metodologias, mas o mais importante é o espírito de equipe. Como fazemos isso e criamos essa cultura em que você precisa correr riscos, precisa ser corajoso, mas todos nós precisamos trabalhar juntos. Nós cometeremos erros. Todos cometem erros quando você está se esforçando ao máximo para chegar à frente. Todos nós precisamos apoiar uns aos outros".
Uma "cultura sem culpa", como Vowles descreveu anteriormente. Fry trabalha de maneira semelhante. O nível é alto, mas as pessoas da equipe precisam sentir confiança para assumir riscos. O mesmo acontece com um diretor técnico que ainda não foi nomeado. O homem que se tornará o braço direito de Fry ainda não foi anunciado, mas como ex-colega de Fry na McLaren e colega de Vowles na Mercedes, Mike Elliott, que deixou a equipe alemã no início deste ano, parece ser um candidato interessante.
Fry ainda não citou nomes na coletiva de imprensa, chegando a afirmar que não se preocupou em nomear novas pessoas. Primeiro, ele analisou onde a equipe está e o que será necessário em cinco anos. "Tenho que analisar a tecnologia de que precisaremos daqui a cinco anos. Já tive essas conversas com os vários gerentes de departamentos para ter uma boa ideia de onde estamos e onde precisamos chegar".
A Williams quer voltar a ser campeã mundial
Fry foi nomeado para ter uma visão de longo prazo, que é exatamente uma das características da Fórmula 1. Você precisa moldar as pessoas, os recursos e a cultura a seu gosto para ver resultados no final. Para a Williams, trata-se principalmente de recursos. Vowles declarou anteriormente que a infraestrutura em Grove está, em alguns pontos, até 20 anos desatualizada em comparação com a concorrência. Agora cabe a Fry mapear o que é necessário para que a equipe volte a ser competitiva em cinco anos.
Porque não há dúvida de que a Williams quer competir no topo. Pode parecer loucura para uma equipe que esteve recentemente na parte de baixo da classificação e comemorou seu último título mundial em 1997, mas com a liderança certa, isso certamente é possível, argumenta Fry.
"O objetivo final é ser um competidor de campeonato. Em dois, três, quatro anos, precisamos entrar na briga e ficar entre os três primeiros. Essa é uma tarefa difícil quando você está construindo a partir de onde estamos, mas acho que tudo é possível", respondeu Fry a uma pergunta do GPblog.
Ao fazer isso, Fry mostra que ainda tem a mentalidade que herdou de Ron Dennis na McLaren: "Os segundos colocados são os primeiros dos perdedores". "Tendo trabalhado com Ron [Dennis] e na Ferrari, onde você comemora a vitória, mas nada mais, estou meio que contaminado dessa forma. Precisamos fazer com que este lugar volte a ser uma equipe vencedora".
A Williams preencheu dois cargos importantes com Vowles como chefe de equipe e Fry como CTO. Sob a liderança de Vowles, a equipe já subiu na classificação do último para o sétimo lugar este ano.